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13 de janeiro , 2020
Por: Agencia B&B

Paulo Oliveira

Poucos se perguntam – e pouco se fala – sobre o que é o objeto base em Design de Interiores. Popularmente falando, a resposta vem no modelo das residências e lojas. Porém, estes são nichos de mercado e não o objeto base que é, no caso, a edificação onde estes espaços estão inseridos, ou seja, o objeto arquitetônico. Quando se fala em objeto base de projetos, deve-se considerar primeiramente O QUE É o espaço a ser projetado, QUAL A SUA TIPOLOGIA.

Analisando por esta ótica, percebe-se que existem diversos tipos de espaços onde os projetos podem ser aplicados pelos designers de interiores. A academia brasileira tem errado ao insistir apenas no objeto arquitetônico pois os projetos de Design de Interiores não se aplicam apenas a este tipo de espaço. Devem ser aplicados em outros espaços disponíveis no mercado.

(Cortina d’água em cenografia. Es Devlin, 2016.)

Es Devlin, designer e cenógrafa, sempre se depara com necessidades distintas em seus projetos, algumas que vão muito além de seu conhecimento. A solução, ela descreve em uma frase:

“Usamos uma máquina de chuva como cortina. (…) Aliás, não faço ideia de como isso funciona. Isso prova que podemos criar sem saber como as coisas funcionam”. (Série Abstract: The Art of Design. Netflix, 2017).

Nossa profissão é, acima de tudo, criativa e esta não pode ser delimitada. Conhecimento é fundamental para realizar as mudanças necessárias na vida das pessoas, atender suas necessidades e resolver seus problemas. Nesse sentido, há que se fazer a correta distinção entre PROPOR e EXECUTAR. E assim ela caminha: propõe as soluções criativas e conta com uma carta de outros profissionais trabalhando em parceria para resolver as questões que não são atribuições suas.

Isso é trabalho COLABORATIVO, MULTIDISCIPLINAR. Elemento fundamental para o desenvolvimento sadio e responsável da sociedade e que fica totalmente distante da reserva de mercado ou de exclusividade de atribuições.

Portanto, podemos – e devemos – atuar em outros objetos base que não apenas aqueles da Arquitetura: automotivo, ferroviário, aéreo, náutico, urbano, cênico, efêmero, entre outros mais, cada um com suas características técnicas, físicas e de uso e reforçando a importância do trabalho multidisciplinar.

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